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» Operação do MP e Polícia desmonta esquema de corrupção e prende ex-prefeito de São Félix do Xingu
Na manhã de terça-feira (10) foi
deflagrada a “Operação Tetrarca”, cuja investigações versam sobre crimes
de desvios de recursos públicos e corrupção praticados por organização
criminosa no município de São Felix do Xingu, no sul do Pará. A Polícia
Civil e o Ministério Público Estadual cumpriram dez mandados judiciais,
sendo quatro de prisão preventiva e seis de busca e apreensão.
Foram presos: João Cléber de Souza
Torres (prefeito de São Felix do Xingu à época dos fatos); Ana Claudia
Rodrigues Feitosa (servidora da prefeitura, chefe do Departamento de
Tributos); Evani Geraldo de Oliveira (secretário de Finanças à época);
Antonio Ribeiro Neto (secretário Adjunto de Finanças, responsável pelo
recolhimento de tributos da prefeitura, à época).
Os mandados de busca e apreensão foram
cumpridos nas residências dos réus, na prefeitura de São Felix do Xingu e
na sede da empresa Construtora e Agropecuária Santo Expedito Ltda. Os
crimes versam sobre desvios de recursos de origem própria do município
referentes ao Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), cuja
fonte arrecadadora e destinatária é o próprio município.
O crime se dava da forma em que a
organização criminosa, liderada pelo ex-alcaide, com a participação dos
servidores, recebia em mãos os valores referentes ao tributo, deixando
de recolher aos cofres públicos, mas dando quitação de próprio punho em
boletos de pagamento, locupletando- se, dessa forma, indevidamente do
erário.
As investigações foram realizadas pela
Delegacia de Repressão a Defraudações Públicas (DRDP), vinculada à
Divisão de Repressão ao Crime Organizado – (DRCO), com atuação conjunta
do Ministério Público do Estado do Pará e tiveram início após relato da
vice prefeita de São Felix do Xingu, Cleidimar Gama Rabelo.
Participaram da operação policial
equipes da Divisão de Repressão ao Crime Organizado e do Grupo de Pronto
Emprego (GPE), da Polícia Civil, além do Grupo de Atuação Especial no
Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado do
Pará. O inquérito policial é presidido pela Delegacia de Repressão a
Defraudações Públicas (DRDP) e do Ministério Público Estadual, que
tramitou no Tribunal de Justiça do Estado do Pará, onde o prefeito à
época possuía foro por prerrogativa.
Após o término do mandato de João
Cleber, representou-se pelo encaminhamento à primeira instância, cujo
procedimento investigativo passou a tramitar na vara especializada no
combate ao crime organizado, cujos juízes exararam as ordens judiciais
de prisão preventiva e busca e apreensão.
A justiça autorizou, ainda, o sequestro e
bloqueio, por meio do sistema Bacenjud, de valores existentes nas
contas correntes, poupança, investimentos, aplicações financeiras, etc.,
até que se perfaça o montante, individual, de R$ 2,068 milhões em onome
dos representados.
E o bloqueio no sistema Renajud, na
modalidade “transferência”, dos veículos que estejam em nome dos
representados; além do sequestro de imóveis em nome dos representados
nos cartórios de imóveis de São Felix até o valor, individual, de R$
2.068 milhões, com a devida inscrição no registro de gravames. À Junta
Comercial do Estado do Pará foi determinado que proceda a inscrição do
sequestro nas participações societárias de empresas em nome dos
representados.
Os presos serão encaminhados ao Sistema
Penal (Susipe), órgão em que os presos ficarão à disposição da Justiça.
Os mandados foram assinados pelos juízes Libio Araújo Moura e Heyder da
Silva Ferreira, da Vara de Combate ao Crime Organizado do Tribunal de
Justiça do Estado do Pará.
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