sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

PF FEDERAL PRENDE AVIÃO USADO PRA CONTRABANDO EM 4 ESTADOS



 Mandado cumprido nesta sexta-feira era remanescente da Operação Celeno.

Quadrilha movimentou R$ 3 bilhões com anabolizantes e eletrônicos, diz MPF.

Aeronave foi apreendida em hangar no aeroclube de Ituverava (Foto: Polícia Federal/Divulgação)Aeronave foi apreendida em hangar no aeroclube de Ituverava (Foto: Polícia Federal/Divulgação)
A Polícia Federal apreendeu na manhã desta sexta-feira (10), em Ituverava (SP), uma aeronave usada pela quadrilha suspeita de movimentar cerca de R$ 3 bilhões por ano com o maior esquema de importação clandestina de anabolizantes e produtos eletrônicos no país.
A delegacia da PF em Maringá (PR) informou que o mandado de busca e apreensão cumprido nesta sexta-feira era remanescente da Operação Celeno, realizada em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) e que resultou em ações penais contra 86 envolvidos.
Este é o décimo segundo avião apreendido pela operação. Ele estava em um hangar no aeroclube de Ituverava e, ainda de acordo com a PF, era usado para transportar os produtos do Paraguai para o interior de São Paulo.
A PF informou que a aeronave não será levada para Maringá, onde as investigações estão centralizadas, devido ao mau estado de conservação em que foi encontrada.
Em junho do ano passado, outros sete aviões usados para transportar as cargas, foram apreendidos. Dentre eles, três estavam no aeroporto de Ituverava, dois no aeroclube de Orlândia (SP) e um em Barretos (SP).
Outras quatro aeronaves já haviam sido apreendidas ao longo das investigações em Amaporã (PR), Paranavaí (PR), Borebi (SP) e Eldorado (MS). Uma delas é o monomotor que foi alvejado pela Força Aérea Brasileira (FAB), em outubro de 2015, quando tentava retornar ao Paraguai carregado de mercadorias.
Aeronave apreendida estava desmontada e em mau estado de conservação (Foto: Polícia Federal/Divulgação)Aeronave apreendida está desmontada e em mau estado de conservação (Foto: Polícia Federal/Divulgação)
Operação Celeno
As investigações começaram em 2013 e detectaram quatro grupos criminosos que, quase que diariamente, faziam viagens de avião do Paraguai até pistas clandestinas no interior de São Paulo.
Segundo a PF, cada uma das aeronaves levava cerca de 600 quilos em mercadorias, num valor estimado de US$ 500 mil por frete. Os produtos eram então levados a pontos de armazenamento e depois transportados por caminhões e veículos até os destinatários finais.
Em 26 de outubro de 2015, o caso ganhou repercussão nacional quando um dos aviões foi forçado a pousar no Aeroporto Edu Chaves, em Paranavaí, depois de ser alvejado pela FAB, quando retornava ao Paraguai.
Aeronave apreendida em Ituverava, SP, nesta quinta-feira (16), durante operação da PF contra contrabando (Foto: Reprodução/EPTV)Outras três aeronaves foram apreendidas em 2016 em Ituverava (Foto: Reprodução/EPTV)
O inquérito da PF aponta ainda que mercadorias dos Estados Unidos também eram levadas para o Paraguai e cruzavam a fronteira brasileira por via terrestre até o Mato Grosso do Sul. De lá, monomotores levavam os produtos até o interior de São Paulo.
Ainda de acordo com as investigações, um dos líderes mais importantes da quadrilha chegou a fazer até quatro voos diários entre Brasil e Paraguai para transportar produtos eletrônicos e anabolizantes. Ele recebia informações privilegiadas de um sobrinho, que era agente da PF.
Um ex-investigador da Polícia Civil de Ribeirão Preto também é apontado como líder de um dos grupos que transportavam as mercadorias nos voos.
Processo judicial
Os 86 réus respondem pelos crimes de descaminho – quando produtos permitidos entram ou saem do país clandestinamente, sem o pagamento de impostos –, organização criminosa internacional e favorecimento real – quando o acusado presta auxílio aos criminosos e tira algum proveito do crime.
As ações tramitam na Justiça Federal de Paranavaí (PR) porque, de acordo com o MPF, o aeroporto da cidade era usado por todos os núcleos da quadrilha para o abastecimento e manutenção das aeronaves. As denúncias aceitas narram a realização de 585 voos clandestinos.
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