O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o advogado de
Joesley Batista, Pierpaolo Bottini, se encontraram em um bar em Brasília
no sábado (9), um dia depois de a Procuradoria pedir a prisão do
cliente dele e de outro delator do grupo, Ricardo Saud.
A informação foi divulgada pelo site "O Antagonista", que reproduziu uma foto do encontro.
Bottini confirmou à reportagem o encontro. O advogado assinou a
petição protocolada no Supremo, após o pedido de prisão feito por Janot,
em que colocou o passaporte de Joesley à disposição e pediu audiência
com o ministro Edson Fachin, que decretou a prisão do empresário e de
Saud.
Em nota, Bottini afirmou que o encontro ocorreu "casualmente".
"Na minha última ida a Brasília este fim de semana, cruzei
casualmente com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, num
local público e frequentado da capital", disse.
O advogado afirmou ainda que não trataram de "qualquer questão afeita
a temas jurídicos" e disse que a conversa "foi uma demonstração de que
as diferenças no campo judicial não devem extrapolar para a ausência de
cordialidade no plano das relações pessoais".
A reportagem pediu uma manifestação de Janot, mas até as 10h deste domingo não obteve resposta.
Na segunda-feira (4), o procurador-geral anunciou a abertura de
investigação para apurar possíveis irregularidades e omissões nas
negociações da colaboração firmada com o Ministério Público.
O centro da crise é uma gravação, datada de 17 de março, em que
Joesley e Saud indicam possível atuação de Marcello Miller no acordo de
delação quando ainda era procurador -ele deixou o cargo oficialmente em 5
de abril. O áudio foi entregue pelos delatores no dia 31 de agosto.
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