O ex prefeito de Marabá, João Salame Neto, foi posto em liberdade
na tarde desta quarta-feira (5), pelo Tribunal Regional da 1° Região
(TRF 1). João Salame Neto foi exonerado do cargo de diretor do
Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde no dia 19 de
outubro. A exoneração foi realizada pelo ministro da Casa Civil, Eliseu
Padilha (MDB), após Salame ter sido detido no anterior (18), suspeito
de envolvimento em fraudes que teriam causado prejuízo de R$ 2 milhões
aos sofres públicos.
Salame foi investigado pela Operação Partialis, um desdobramento da
Operação Asfixia deflagrada pela Polícia Federal e pela Receita em junho
de 2016. A operação tinha o objetivo de investigar fraudes em
licitações para a compra de gases medicinais pela prefeitura de Marabá.
Salame foi prefeito de Marabá entre 2013 e 2016. Desde 2017 ele
ocupava a direção no Ministério da Saúde. O esquema abrangia verbas
federais, municipais e estaduais sacadas em espécie por assessores
diretos do ex-gestor municipal.
Entre os investigados está também o presidente do PROS, Eurípedes
Júnior, que teve mandado de prisão decretado. Os mandados foram
expedidos pela 2ª Vara da Justiça Federal de Marabá.
As
investigações apontavam a existência de um consórcio criminoso formado
por empresários e servidores públicos, montado para a prática de fraudes
em licitações públicas de gases nas cidades de Marabá e Parauapebas. Em
três anos, o esquema rendeu mais de R$ 30 milhões aos investigados,
segundo a PF.
Os
editais das licitações tinham as exigências direcionadas para favorecer
empresas participantes do esquema, mas após o resultado, as empresas
perdedoras eram subcontratadas pela empresa vencedora para que todas
recebessem uma parte dos lucros do esquema. Segundo a PF, a prática
deixava os contratos 30% mais caros.
Cinco
procedimentos licitatórios foram analisados nas cidades de Marabá e
Parauapebas. Segundo a PF, um parecer do Conselho Municipal de Saúde de
Parauapebas chegou a afirmar que a quantidade de gases contratada para
seis meses seria o suficiente para abastecer, por um ano, a cidade de
Goiânia.
Ainda
de acordo com as investigações da PF, diversos crimes foram praticados
em prol do funcionamento do esquema fraudulento, como ameaças de morte,
corrupção de servidores públicos, falsificação de documentos e até
fraude na vazão dos gases medicinais destinados aos pacientes dos
hospitais investigados, o que pode ter colocado em risco de morte
usuários do Sistema Único de Saúde.
A
PF investiga os crimes de estelionato, associação criminosa, corrupção
ativa e passiva, funcionamento irregular de instituição financeira,
falsificação de documentos públicos, falsidade ideológica, fraudes em
procedimentos licitatórios, dentre outros. Os suspeitos podem ser
condenados a penas que ultrapassam os 30 anos de prisão.
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