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» Polícia intima Vereador sobre suposta funcionária fantasma
Reginaldo Campos foi ouvido na 16ª Seccional de Polícia Civil pelo Delegado Castro.
Um possível escândalo sem precedentes na
política santarena está prestes a ser desvendado. De acordo com
informações, a técnica de enfermagem Sarah Campinas dos Santos de
Oliveira, de 42 anos, servidora concursada da Secretaria de Saúde do
Estado do Pará (SESPA), por mais de um ano também constava como
assessora do vereador Reginaldo Campos, período que o parlamentar era
presidente da Câmara de Santarém.
Conforme denúncia, existe suspeita que
Sarah era supostamente funcionária fantasma, uma vez que em vários
meses, os horários eram incompatíveis entre as duas funções exercidas
por ela. A suspeita aumenta, e torna-se mais evidente, quando em
depoimento, tanto o vereador Reginaldo Campos, quanto Sarah se
contradizem em seus relatos, no momento que autoridade policial
questiona a sobre os horário de expediente.
Para o Delegado Castro, a técnica de
enfermagem disse que seu horário de trabalho como Assessora da Câmara
era de 8h às 13h, de segunda a sexta-feira. No entanto, Reginaldo
afirmou que o horário seria de 8h às 14h.
Conforme denúncia que está sendo
investigada pela Polícia Civil, a técnica de enfermagem também é acusada
de interferir, a pedido de Reginaldo Campos, no processo de agendamento
de consultas e exames, beneficiando populares que procuravam o gabinete
do Vereador.
Além do crime de peculato, o inquérito
policial apura contra a técnica de enfermagem, o crime de favorecimento
real, ocorrido no Centro de Recuperação Agrícola Sílvio Hall de Moura
(CRASHM), pois Sarah é cedida pela SESPA, para atuar no setor de
enfermagem da SUSIPE.
A investigação teve inicio, após a
Polícia ter recebido denúncia anônima dizendo que Sarah é uma das
responsáveis pela entrada de aparelhos celulares no presídio.
“Para entrada de aparelhos celulares no
Cucurunã, é feita encomenda para Sarah, através de um detento de nome
Jimmy, e esta, entra no presídio portando aparelho como se fosse seu. Os
presos simulam passar mal e são levados para a enfermaria. Normalmente é
o Jimmy que passa mal e é levado até a enfermaria, momento em que Sarah
entrega a encomenda pelo valor que varia de R$ 1.000,00 a R$ 1.500,00,
dependendo da marca e funcionalidade do aparelho. No retorno à cela, o
preso não é revistado, pois agentes estão envolvidos”, consta trecho da
denúncia recebida pela autoridade policial.
Consta ainda, que Sarah Campinas, “é
captadora de votos para o vereador Reginaldo Campos. Pessoas que não
conseguem marcar consultas pela Secretaria de Saúde procuram o Vereador,
e este procura Sarah, que marca consultas”, relata o denunciante.
Em seu depoimento, quando questionada
sobre o assunto, a técnica de enfermagem, disse: “Que ajudava as pessoas
que chegavam no gabinete do vereador Reginaldo Campos, solicitando
dinheiro para comprar remédios. Ocasião, em que, após constada a
necessidade do cidadão, o Vereador liberava o dinheiro para a compra dos
remédios. Que também ocorria a mesma coisa, quando solicitavam exames”.
Ela afirmou que esta é uma prática
comum. Disse ainda, que às vezes encaminhava as pessoas para as Unidades
Básicas de Saúde dos bairros para fornecimento de medicamentos, porém,
antes fazia ligações telefônicas para saber se tinham a medicação nos
postos.
Finalmente, quando questionada pela
Polícia sobre a ajuda financeira para compra de remédios e marcação de
consultas em benefício das pessoas que procuravam o Vereador, se estava
prevista em Lei ou Regulamentada na Câmara, respondeu que “não sabia
informar, mas que é corriqueira esta prática no gabinete do vereador
Reginaldo Campos”.
VERSÃO DO VEREADOR: O
que causa muita estranheza na versão apresentada para à Polícia, é o
fato do vereador Reginaldo Campos negar situações colocadas por sua
própria assessora. Para começar, Reginaldo Campos disse não saber que
ela também trabalhava no presídio. Sabia apenas que ela trabalhava em
outro turno.
De forma refutável, ele disse que nunca
deu dinheiro para Sarah com a finalidade de compra de medicamentos. E
não sabe o motivo da técnica de enfermagem ter afirmado que pegava
dinheiro com ele para repassar às pessoas que lhe procuravam pedindo
exame e consulta.
INVESTIGAÇÃO: O
inquérito policial deve ainda solicitar da Câmara de Vereadores a folha
de frequência da enfermeira Sarah, que serão analisadas. E muitas
questões ainda estão abertas. Por quantos meses a enfermeira recebeu
salários da Câmara de Vereadores sem prestar serviços efetivos? As
cargas horárias de trabalho eram compatíveis? A função de assessor exige
dedicação integral, se sim, como foi possível ela trabalhar em ambos os
órgãos?
O Ministério Público também deve
investigar essa situação, e assim verificar se o recursos públicos não
foram utilizados para interesse privado.
Fonte: RG 15/O Impacto
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