|
Dinheiro teria
sido usado na campanha eleitoral de 2014, quando Paulo Rocha (PT) e
Helder Barbalho (PMDB) foram candidatos a senador e governador,
respectivamente. João Salame, ex-prefeito de Marabá pelo PPS,
intermediou a negociação. Luiz Otávio Pereira (PMDB) era quem ia buscar o
dinheiro, afirmaram os delatores da Odebrecht.
|
Por Diógenes Brandão
A delação dos ex-executivos da construtora Odebrecht, Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis e Mário Amaro da Silveira incendiaram o Pará.
Réus confessos, os delatores disseram que o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho (PMDB), pediu R$ 30 milhões em propinas à empreiteira Odebrecht para utilização em sua campanha eleitoral ao Governo do Pará e ao senado, em 2014.
Conforme a delação, a doação não contabilizada teria sido solicitada por Helder Barbalho e também pelo senador Paulo Rocha, bem como pelo prefeito de Marabá, João Salame.
A doação de R$ 1,5 milhão via caixa dois teria sido feita em três
parcelas. Na lista da Odebrecht, o beneficiário dessa doação tem o
apelido de “Cavanhaque”. A contrapartida seria através de contratos de
prestações de serviços, hoje executados pela COSANPA.
O dinheiro foi repassado em 03 (três) parcelas de R$ 500 mil, entregues
ao ex-senador Luiz Otávio Campos, conhecido no meio político como
"Pepeca".
Segundo a delação, o encontro com Helder Barbalho, Paulo Rocha e João
Salame teria acontecido em São Paulo. "Ao final dessa conversa, eles
explicitaram as dificuldades econômicas da campanha e fizeram um pedido
de R$ 30 milhões. E falei: 'Vou levar isso até a nossa presidência lá
por dever de ofício, mas acho que é uma coisa totalmente fora de
cogitação'", relatou Mário Amaro.
De acordo com o delator, o valor originalmente pedido de 30 milhões foi
sendo reduzido "pelo menos 20, pelo menos 10, pelo menos R$ 5 milhões".
"A gente até cogitou de não dar nada, um cara que pede R$ 30 milhões,
né, mas depois, o Fernando (o ex-presidente da Odebrecht Ambiental
Fernando Reis) falou assim: 'Vamos oferecer o que a gente tem conta de
oferecer'", assegurou.
Jader Barbalho é um dos oito ministros do governo Michel Temer que tiveram inquéritos abertos por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin.
Helder Barbalho e Paulo Rocha usaram suas redes sociais, emitindo notas
de esclarecimentos, onde negaram todas as acusações. João Salame não se
manifestou.
0 comentários:
Postar um comentário