Prefeituras paraenses perdem R$ 5,5 milhões em junho com decreto assinado por Temer.
Na tarde desta terça-feira (12), o presidente Michel Temer assinou
decretos atualizando o setor mineral. Um desses decretos determina que
municípios afetados pelo transporte, embarque e presença de instalações
industriais inerentes à mineração recebam 15% dos royalties, mesmo que
não sejam produtores de recursos minerais. Antes, apenas o município que
sediava a mina recebia a Compensação Financeira pela Exploração Mineral
(Cfem). As prefeituras de Parauapebas, Canaã dos Carajás, Marabá,
Curionópolis, Paragominas, Oriximiná, Juruti e Terra Santa, que comandam
os mais dinâmicos municípios mineradores do Pará, vão perder 5% da
cota-parte (o percentual era de 65%; com o decreto, cai para 60%). Na
prática, o decreto já tem impacto para a Cfem definida para este mês e
mexeu com o bolso das prefeituras. A Associação Paraense de Engenheiros
de Minas (Assopem) cruzou dados da Agência Nacional de Mineração (ANM) e
constatou que a Prefeitura de Parauapebas, por exemplo, perdeu R$ 3,9
milhões com essa diferença de 5%. É muito dinheiro. Não fosse a mudança,
os royalties que a Prefeitura de Parauapebas receberia amanhã seriam R$
39,12 milhões. A Prefeitura de Canaã dos Carajás perdeu R$ 1,37 milhão e
a de Marabá, R$ 496 mil. Ao todo, as prefeituras paraenses perderam R$
5,43 milhões na cota da Cfem de junho, conforme levantamento da
Associação. Proporcionalmente, quem mais perdeu foi o Governo do Pará,
que viu sua cota ruir de 23% para 15%, enquanto a União só aceitou mexer
de 12% para 10%. Apesar de especificar as condições para ter direito
aos 15% da cota-parte, o decreto não deixa claro quem são os municípios
afetados pela atividade mineral e tampouco é sabido se eles já começaram
a receber a diferença retirada dos titulares produtores de minérios.
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